O Brasil do início do século XXI mostra avanços na vida das brasileiras, em especial das negras, pobres e chefes de família.
No entanto, as exigências para nosso país, de importância político-estratégica mundial, se tornam ainda maiores, quando mais da metade da sua população ainda é a parcela a ser mais beneficiada por políticas públicas efetivas que tanto atendam às especificidades femininas, como se articulem com o conjunto de reformas estruturais necessárias a um novo projeto nacional de desenvolvimento.As mulheres brasileiras, hoje, se voltam para um debate sobre a necessidade de implementar políticas de Estado capazes de contribuir para o enfrentamento a todas as formas de violência; para a promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres; para a garantia dos direitos sexuais e direitos reprodutivos; para a prevenção, denúncia e punição de crimes de tráfico de mulheres e escravidão sexual; para a promoção da imagem da mulher real pelos mais diferentes meios de comunicação de massa.
Para que tais bandeiras estejam asseguradas, as mulheres precisam estar no centro da ação política, de forma que assumam a esfera pública como espaço de atuação, elaboração e visibilidade política. "Esta reforma política deve prever uma lista fechada com alternância de gênero - mecanismo fundamental para assegurar, de fato, a participação das mulheres num jogo até então orquestrado pelos homens e para os homens. Fortalecer os partidos políticos, os espaços de participação popular e de escuta são determinantes para as transformações sociais que desejamos", acredita Olgamir Amancia, secretária de Estado da Mulher.
A secretária de Estado levantou este posicionamento para debatê-lo, no último sábado , com as integrantes da União Brasileira de Mulheres e representantes da União da Juventude Socialista, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, do Sindicato de Professores (as) do Distrito Federal, entre outras entidades e instituições. O encontrou reuniu aproximadamente 50 pessoas.
Santa Alves, coordenadora da UBM no Distrito Federal aponta que aprofundar o poder político das mulheres nas mais diversas esferas de decisão é "assegurar nossa participação no espaço público, em condições de intervir nas grandes questões sociais, políticas, ambientais, econômicas e culturais, atingindo, diretamente, a vida das mulheres e do povo. Precisamos mobilizar e fortalecer a participação política das mulheres para consolidar cada vez mais sua emancipação e de toda humanidade", destacou a coordenadora.
Segundo a coordenadora-geral de Esportes da SPM-PR e militante da UBM, Beatriz Gregory, considera que o primeiro passo para garantir a participação das mulheres na política, é que elas conquistem sua autonomia econômica. "Se elas não tiverem esta autonomia, não terão como definir a própria vida; enfrentar a violência imposta. Além disso, sem há reforma política esta inserção continuará distante: concordo que o voto em lista fechada – lista preordenada com alternância de gênero – e o financiamento público de campanha é o que precisamos", afirmou.
Os demais participantes ainda acrescentaram que é preciso estabelecer um contato mais intimista com as mulheres de todas as classes sociais; a criar de secretarias de políticas para as mulheres em todo o país; garantir de redes de equipamentos sociais (creches, lavanderias e restaurantes públicos, centros de convivência) que possam contribuir para a liberação das mulheres ao espaço público, ao mundo das artes, da educação, da cultura, e da ciência, minimizando a dupla jornada de trabalho; entre outras iniciativas.
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