Custo para manter a base aliada no Congresso é 160% maior na atual gestão


Ao retomar amanhã com o PR as negociações para escolher o novo ministro dos Transportes na vaga de Paulo Sérgio Passos, a presidente Dilma Rousseff mantém uma negociação que explodiu ao longo do governo do PT e tem se tornado mais cara com o passar do tempo. Como os presidentes eleitos não conseguem maioria com os próprios partidos aos quais são filiados no parlamento, são obrigados a lotear cargos na Esplanada entre os pseudoaliados, em uma matemática exponencial de 1999 para cá: no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o custo de cada voto governista no Congresso ficou em R$ 718 milhões, em valores atualizados. Em 2013, a mesma equação custará R$ 1,87 bilhão aos cofres públicos para cada sim ao Planalto registrado nos painéis de votação do Congresso. O Correio levou em conta para chegar a esse cálculo o custeio mais os investimentos dos ministérios desde 1999 e dividiu o valor entre o total de integrantes da base de apoio dos respectivos governos ao longo desses anos.

A conclusão é preocupante. A presidente Dilma Rousseff tem de pagar quase R$ 1 bilhão a mais que o tucano Fernando Henrique Cardoso para obter o mesmo grau de fidelidade de deputados e senadores. Alguns elementos são levados em consideração nesse cálculo. Quando FHC foi reeleito em 1999, a Esplanada tinha 23 ministérios. Fortalecido por uma vitória em primeiro turno contra Luiz Inácio Lula da Silva, no ano anterior, Fernando Henrique — que ainda colhia os louros da confiança do eleitorado e dos políticos pela implantação do Plano Real quatro ano antes — tinha uma base de apoio congressual de 482 deputados e senadores que lhe davam maioria folgada na tramitação de projetos de interesse do Planalto.

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